Como as promoções de Natal aumentam o risco de juros abusivos nos financiamentos?

As promoções de Natal e o aumento do risco de juros abusivos

O Natal cria um ambiente que favorece o consumo e estimula decisões rápidas. As ofertas parecem únicas e limitadas, o que reforça a ideia de que é preciso aproveitar o momento. Lojas e financeiras conhecem bem esse comportamento e intensificam estratégias que facilitam a contratação de crédito, desde parcelamentos longos até aprovações imediatas. Nessa dinâmica, o consumidor costuma se orientar pela emoção e não pelo custo total da operação, o que abre espaço para juros elevados passarem despercebidos.

Como grandes descontos podem mascarar financiamentos caros

Quando um produto aparece com grande desconto, a atenção se volta quase exclusivamente para a vantagem imediata. Parcelas pequenas e prazos estendidos criam uma sensação de leveza, mas podem ocultar taxas elevadas diluídas ao longo do contrato. Em um cenário em que o Banco Central registra taxa média de 43,7% ao ano no crédito livre, qualquer distração pode transformar uma compra planejada em um compromisso oneroso. No fim do ano isso é ainda mais comum, porque a comparação entre o preço promocional e o valor original costuma ser mais forte do que a análise do Custo Efetivo Total, que deveria ser o principal critério para decidir.

Endividamento alto e busca crescente por crédito aumentam a vulnerabilidade

O impacto dessas escolhas é maior quando consideramos que, segundo a Peic da CNC, entre 76% e 79% das famílias começam 2026 já endividadas. Com pouca margem no orçamento, um novo financiamento pode comprometer a renda por meses. A Serasa Experian também registrou aumento na procura por crédito em 2025, o que reflete a dificuldade de muitas famílias em manter o orçamento equilibrado. E um levantamento divulgado na imprensa aponta que 42% dos contratos analisados apresentam indícios de abusividade, reforçando que a qualidade do crédito ofertado nem sempre é clara. Em momentos de pressão financeira, é comum aceitar condições que parecem adequadas, mas escondem encargos que só aparecem com o tempo.

Por que revisar contratos após as festas faz diferença

A combinação entre crédito fácil, juros altos e consumo impulsivo cria um cenário propício a contratos desfavoráveis. Por isso, revisar os financiamentos feitos no fim do ano é uma etapa essencial para evitar surpresas ao longo de 2025. Entender a taxa aplicada, comparar com as médias divulgadas pelo Banco Central e verificar possíveis encargos ocultos pode revelar valores que passaram despercebidos no momento da compra. Se as parcelas começaram a pesar ou se a taxa parece acima do esperado, é importante agir cedo para evitar que a dívida se prolongue e comprometa o orçamento.

E, para facilitar essa análise, você pode usar uma ferramenta gratuita que mostra se o contrato apresenta sinais de cobrança excessiva. Antes de tomar qualquer decisão, vale consultar a Calculadora do Consumidor, que ajuda a identificar possíveis juros abusivos e entender se o que foi cobrado está dentro dos limites aceitáveis. Essa verificação simples pode trazer mais clareza e apoiar sua organização financeira para o ano que começa.

 

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